INDAQUA vendeu os primeiros créditos de água tokenizados a nível nacional

As águas residuais reutilizadas na ETAR de Matosinhos estão a ser convertidas em créditos tokenizados e os primeiros já foram comercializados. Os créditos podem ser adquiridos por empresas que, não conseguindo reduzir o consumo de água, queiram compensá-lo para diminuir a pegada hídrica. Este projeto pioneiro em território nacional resulta de uma parceria entre a INDAQUA e a Hypercube, empresa suíça que chega pela primeira vez a Portugal.

O exemplo vem dos créditos de carbono, cuja compra, voluntária ou obrigatória, já é utilizada para compensar emissões de gases com efeito de estufa. Replicando a ideia para o setor da água, os créditos são uma forma de incentivar a eficiência hídrica, reduzindo o consumo deste bem escasso. 

 

O sistema de geração de créditos hídricos está a ser implementado em Portugal pela primeira vez pela INDAQUA, uma das maiores empresas nacionais de abastecimento de água e tratamento de águas residuais. Para isso, a empresa responsável pela operação e manutenção da ETAR associou-se à Hypercube, empresa suíça especializada em Finanças Regenerativas, que já gerou, por todo o mundo, vendas de créditos hídricos no valor de 65 milhões de euros. 

 

Estes créditos podem ter por base a reutilização de águas residuais, a dessalinização, o armazenamento de água da chuva e a extração de água da humidade do ar. No primeiro caso português, está a ser contabilizada a água reutilizada na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Matosinhos e que chega até aos 90 m3 por dia.  

 

Por cada metro cúbico de água reutilizada na ETAR é evitado o respetivo consumo de água da rede pública. Por esse motivo, é gerado um crédito tokenizado pela tecnologia blockchain da Hypercube que é, depois, comercializado.  

 

Em apenas dois dias, foram emitidos os primeiros 122 créditos, correspondentes a 122 m3 de água reutilizada, como é possível consultar na walltet pública. 

 

A compra destes créditos (a procura) é especialmente apetecível para indústrias consumidoras intensivas de água, que podem, por esta via, compensar a sua pegada hídrica. A nível global, existem, inclusivamente, empresas que ambicionam ser “water positive”, isto é, recuperar mais água do que aquela que consomem. Para eles, este mercado pode ser essencial. 

 

O resultado da venda dos tokens é encaminhado para as entidades emissoras, aumentando assim as condições económicas para que seja reinvestido em tecnologia, infraestruturas, equipamentos e melhoria de processos em áreas como a reutilização de águas residuais. 

 

“Este processo tem vantagens para ambas as partes. Para quem compra créditos de água, há uma forma efetiva de contribuir para a melhoria ambiental, com investimentos na infraestrutura hídrica de Portugal, ao utilizar os créditos hídricos como uma forma transparente de compensação ambiental, em linha com as ODS da ONU e com todas as principais regulamentações ESG internacionais, como a GRI e a CSRD europeia. Para as empresas de saneamento, por outro lado, há o reconhecimento das suas boas práticas ambientais e um incentivo económico adicional para reutilizar a água e expandir as operações de águas residuais”, explica Matheus Ferreira, responsável da Hypercube para os países da CPLP.  

  

“Estamos entusiasmados por abrir o mercado local com um parceiro como a INDAQUA, sendo Portugal um país-chave entre os países da CPLP, abrindo caminho para o Brasil, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e outros governos que estão a trabalhar na adoção do crédito hídrico”, acrescenta. 

   

Já para a INDAQUA, “este sistema responde àquele que tem sido um dos desafios centrais: fazer com que os serviços e água e saneamento deixem de ser apenas consumidores de recursos e passem a gerar valor”. “Na nossa sociedade o recurso água é muito desvalorizado, pelo que todas as iniciativas que, atribuindo-lhe valor económico, permitam e incentivem comportamentos sustentáveis devem ser apoiadas. A ecologia e a economia não devem estar de costas voltadas. Se a primeira é para preservar para as gerações futuras, a segunda depende apenas de nós”, enquadra Pedro Perdigão, CEO do Grupo INDAQUA. 

 

Entre os objetivos da empresa já está o alargamento deste sistema. Depois de estabelecido o projeto pioneiro na ETAR de Matosinhos, uma das maiores em território nacional, a empresa quer valorizar também a água reutilizadas noutras ETAR que opera em vários concelhos do norte do país. 

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